Seconci-Rio reúne empresas para falar sobre saúde mental e bem-estar nos canteiros

Na manhã desta quarta-feira (17), gestores e representantes de RH das empresas contribuintes participaram de mais uma edição do Mesa Redonda Seconci-Rio. O encontro colocou em pauta um tema que ganha cada vez mais espaço nos canteiros de obra: os riscos psicossociais e a saúde do trabalhador.

A gerente médica de saúde do Seconci-Rio, Gilda Maria, abriu a conversa lembrando que a prevenção começa pela escuta. “É preciso ouvir o trabalhador, compreender suas dores e identificar situações que podem levá-lo ao adoecimento, como o assédio, por exemplo. Esse olhar deve partir da liderança, que precisa assumir o compromisso de enxergar e agir”, destacou ela, reforçando a importância de práticas simples, como o Diálogo Diário de Segurança (DDS), para criar vínculos de confiança.

Na sequência, a supervisora de SST, Juliana Lopes, falou sobre as normas regulamentadoras, explicando como a NR-1 e a NR-17 passaram a incluir os fatores psicossociais no gerenciamento de riscos. “Isso pede que as empresas façam um mapeamento, considerando desde a distribuição de tarefas até as condições do ambiente. Não se trata apenas de cumprir uma exigência legal, mas de criar processos que previnam riscos à saúde e fortaleçam a cultura de cuidado”, afirmou.

Com um olhar clínico, a psicóloga, Ana Neres, ressaltou a importância de trazer a saúde mental para a rotina dos canteiros e quebrar alguns estigmas. “Procurar um psicólogo não é fraqueza, é cuidado. É preciso capacitar pessoas para ter um olhar humanizado, capaz de identificar e orientar”, disse ela, lembrando que trabalhador insatisfeito não produz bem, por isso garantir segurança física e psicológica é fundamental. 

Encerrando o debate, o médico do trabalho, Luiz Felipe, trouxe uma leitura da transformação de gerações. “O mestre de obras de hoje cresceu na chamada cultura do chicote, mas agora lida com jovens da geração 2000, com outra mentalidade. Cabe a nós ajudar a construir pontes nesse relacionamento, mostrando que é preciso usar novas abordagens e cuidar dessa mão de obra”, pontuou.

Ao longo das apresentações, os participantes puderam trocar relatos, experiências e orientações práticas. O encontro reforçou a importância de se priorizar um ambiente de trabalho mais seguro, saudável e humano.

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