A importância do exame ocupacional e a emissão do “ASO”

 

É preciso desmistificar a atuação do médico do trabalho como mero emissor de Atestado de Saúde Ocupacional (ASO). Já não cabe no século XXI essa ideia. O enfoque ocupacional, diretamente relacionado à exposição aos riscos ocupacionais pelos trabalhadores e às patologias resultantes de um local de trabalho inapropriado, convergem para o controle das patologias epidemiologicamente conhecidas e presentes que afetam a saúde do trabalhador e podem causar afastamento diminuindo a força real de trabalho.

O trabalhador é oriundo do meio em que vive e deve estabelecer uma relação de equilíbrio com ele, para que possa trabalhar e obter seu sustento.

Muitas vezes, a realização de um Exame Periódico de Saúde (EPS) é a única vez no ano em que o trabalhador estará diante de um profissional de saúde. Desta forma, o momento deve ser valorizado, principalmente em uma indústria em que o acesso à saúde é comprometido. O exame não pode estar relacionado apenas à análise de um exame complementar oriundo de uma exposição ocupacional. A ênfase deve ser o escutar o trabalhador.

Em uma indústria em que a Hipertensão arterial e o Diabetes predominam e são limitantes, e em que a atenção à saúde mental e a inclusão social devem ser nosso compromisso, precisamos estar atentos e intervir de imediato, prestando as orientações devidas em relação às doenças crônicas, dentre outras.

Não cabe a disponibilização de ASO sem informar ao trabalhador o mínimo sobre sua avaliação, não só por descumprir a NR 7, mas muito mais pelo que deve ser o nosso compromisso ético.

Promoção de saúde e prevenção de doenças cabem em relação à vida!

Por Gilda Maria, gerente médica de saúde do Seconci-Rio

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