Dia Mundial do Diabetes: esclareça dúvidas e saiba como incentivar o controle da doença na sua empresa

Segundo estimativas do Ministério da Saúde, aproximadamente, 12,3 milhões de pessoas convivem com o diabetes no Brasil. Nos últimos 30 anos, o número de casos mais do que triplicou nas Américas, chegando a cerca de 62 milhões, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

A adoção de hábitos saudáveis de alimentação e a prática regular de atividades físicas são as principais medidas que previnem e controlam a doença.

Ainda de acordo com a Opas, cerca de 40% das pessoas não sabem que têm a doença. Hoje, 14 de novembro, Dia Mundial do Diabetes, promove-se a conscientização sobre a importância do diagnóstico, com o objetivo de reduzir os riscos de complicações.

1. O que é o diabetes?

O diabetes é uma síndrome metabólica, causada por diferentes fatores, que faz com que o organismo desenvolva defeitos na ação ou produção da insulina.

A doença é caracterizada pela hiperglicemia crônica, que é o aumento dos níveis de açúcar no sangue e se desenvolve por meio de fatores genéticos, biológicos e ambientais. Pode ser classificado como diabetes tipo 1 ou tipo 2.

2. Qual a diferença entre o diabetes tipo 1 e tipo 2?

No diabetes tipo 1, o organismo perde sua capacidade de metabolizar a glicose (açúcar). O diagnóstico é precoce e, normalmente, acomete crianças e adolescentes. Além disso, o fator hereditário pode contribuir também.

O diabetes tipo 2 é definido pela resistência da insulina, apresenta-se de maneira gradativa e é mais comum em adultos com hábitos inadequados que resultam no excesso de peso, presença de gordura no sangue (dislipidemia) e hipertensão. Esse tipo de diabetes não é comum em crianças.

3. Quais os sintomas de diabetes tipo 1?

Os sintomas mais frequentes nesse tipo de diabetes são:

  • aumento da fome
  • sede constante;
  • necessidade de urinar várias vezes;
  • fraqueza;
  • fadiga;
  • perda de peso inexplicável;
  • náusea;
  • vômito.

4. Quais os sintomas de diabetes tipo 2?

No diabetes tipo 2, as manifestações podem incluir: fome frequente, sede constante e vontade de urinar diversas vezes.

Nos casos mais avançados, com complicações, pode ocorrer formigamento nos pés e mãos, infecções frequentes na bexiga, rins, infecções de pele, feridas que demoram para cicatrizar e visão embaçada.

5. Quais são os fatores de risco do diabetes?

Além dos fatores genéticos e a ausência de hábitos saudáveis, existem outros fatores de risco que podem contribuir para o desenvolvimento do diabetes.

Os principais incluem:

  • Pressão alta;
  • colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;
  • sobrepeso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;
  • pais, irmãos ou parentes em primeiro grau com diabetes;
  • doenças renais crônicas;
  • histórico de doenças cardiovasculares;
  • tabagismo;
  • mulher que deu à luz criança com mais de 4kg;
  • diabetes gestacional;
  • síndrome de ovários policísticos;
  • diagnóstico de distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;
  • apneia do sono;
  • uso de medicamentos da classe dos glicocorticóides.

6. Quais as formas de prevenir a doença?

A doença pode ser prevenida com a adoção de hábitos saudáveis, como comer diariamente verduras, legumes e pelo menos três porções de frutas.

Outras medidas de prevenção incluem reduzir o consumo de sal, açúcar e gordura, parar de fumar, praticar exercícios físicos regularmente e manter o peso controlado.

Como incentivar o controle do diabetes na sua empresa?

Você sabia que uma em cada cinco pessoas com diabetes perde até 15 horas de trabalho por mês? Esse dado é de uma pesquisa feita no Reino Unido, na Alemanha, nos Estados Unidos e na França. Tais indicadores reforçam a necessidade de um maior controle do diabetes nas empresas, sobretudo no Brasil, que também apresenta índices alarmantes da doença.

Conheça algumas estratégias para reduzir os impactos desta doença entre os colaboradores.

Identificar grupos de risco

Casos anteriores na família e hábitos alimentares ruins combinados com a ausência de atividades físicas reforçam a chance do desenvolvimento de diabetes, principalmente a do tipo 2.

A ideia aqui é que profissionais de saúde capacitados identifiquem os trabalhadores mais propensos a desenvolverem o problema e, a partir disso, proponham a esse grupo algumas atividades específicas para prevenir a doença.

Incentivar a mudança de hábitos

É indicado que o incentivo à mudança de hábitos englobe tanto os trabalhadores pertencentes aos grupos de risco como os demais. Estimule a prática de exercícios físicos, inclusive dentro da empresa, se possível, aproveitando espaços ao ar livre para organizar atividades físicas que possam ser feitas em grupo.

Promover a conscientização

Outra parte de um programa de mudanças de hábitos passa por fornecer informações confiáveis sobre a doença, o que abrange os sintomas, a forma de diagnóstico, o tratamento e as indicações de prevenção. Promova palestras ou roda de conversas sobre a doença e outros assuntos de saúde. Com isso, cada um pode levar para casa o que precisa ser feito para fortalecer essas ações.

Diante das consequências graves, é necessário que o cuidado e o controle do diabetes sejam constantes dentro da sua empresa para que consiga melhorar a qualidade de vida e a produtividade da equipe, assim como reduzir o absenteísmo.

CNN Brasil, com Karla Melo, doutora em endocrinologia, médica do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e coordenadora do Departamento de Saúde Pública da Sociedade Brasileira de Diabetes; e portal Alper

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